terça-feira, 30 de junho de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O OUTRO EVANGELHO DE CRISTO

Porque “outro Evangelho”?

Quando escrevo “outro Evangelho”, estou afirmando que, não coaduno com esse evangelho que atualmente tem sido difundido no meio cristão.

Um evangelho (com “e” minúsculo, para mostrar que não estou referindo ao verdadeiro Evangelho) antropocêntrico, que visa à satisfação egoísta do ser humano.

Que o põe no palco, como centro das atenções, e não, o Deus todo-poderoso.

A ênfase da mensagem cristã tem sido: “o que Deus pode fazer por você”, e não, o que “temos que fazer para Deus”.

Coloca o criador como empregado, a serviço do homem.

Portanto, tento ir na contramão, não só do sistema do mundo, mas também na contra-cultura "evangélica" Brasileira.

Refiro-me á "evangélica", com essa identificação da mídia-radiofônica, a qual convenhamos, tem sido de grande influencia para o povo, e de certa forma a "cara" (identidade) dos evangélicos.

Percebo uma grande discrepância, entre o Evangelho dos "evangélicos", e o, Evangelho do Reino de Deus.

A proposta do evangelho dos "evangélicos" é: bênçãos materiais, carro, casa, dinheiro, saúde, emprego, segurança, conforto, ou seja, um "deus” (com "d" minúsculo, para mostrar que não me refiro ao Deus das escrituras) pagão, que se possa manipular.

Basta olharmos para as campanhas "evangélicas", ou dias de cultos, marcados como: "culto (ou campanha) da prosperidade, culto (ou campanha) da cura e etc."

Que mais assemelha-se com os santos da igreja católica, santo expedito - das causas impossíveis, santo Antônio - dos casamentos e etc.

Acontece que não temos o "seis", mais temos o "meia dúzia".

Trocando em miúdo, não temos santos específicos para causas especificas, mas temos cultos (ou campanhas) específicos para problemas específicos.

Já o Evangelho do Reino de Deus, tem como proposta: transformação no interior do homem e não das circunstancias.

A verdade é que não se melhora de emprego por ser evangélico, nem se passa em faculdade por ter fé. Se fosse assim, só teríamos nas faculdades ou nas melhores empresas, pessoas que professam á fé. A maioria dos ricos seriam os evangélicos.

E na verdade, a pratica não é bem assim.

O IBGE constatou que, nas religiões, as pessoas que mais ajudam financeiramente falando são os crentes, mas, no entanto são os mais pobres.

Se fossemos medir á espiritualidade de alguém pela conta bancaria, os traficantes, jogadores de futebol, e políticos corruptos seriam os mais espirituais.

O sermão da montanha de Jesus nos revela o verdadeiro conteúdo do evangelho.

Lá, Jesus não nos falou de dinheiro, saúde, poder e conforto como ideais na vida cristã.

Pelo contrario, ele vai à contramão do sistema que impera no mundo e nas "igrejas” (digo, não todas, mas, a maioria), e dá uma lista dos bem-aventurados.

Leia por exemplo Mateus capitulo 5 até o 7.

Lá estão as diretrizes do verdadeiro cristão.

No capitulo 6 e versículo 33 de Mateus Jesus disse:

"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

Veja que a prioridade dos verdadeiros evangélicos, é a busca pelo Reino de Deus, que na explicação de Paulo é o seguinte:

" Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." Rom. 14v17.

Pasmem o Reino de Deus não tem nada haver com bênçãos materiais.

Tem haver com o homem interior.

A cura ela é uma manifestação de Deus, mas na verdade ela não tem que ser o foco da nossa busca, sabe por quê?

Por que, ela não passa de remendo novo em pano velho.

Trocando em miúdo, você tem uma doença, você ora e Deus te cura, mas depois de certo tempo você vai ficar doente de novo.

Isso está bem lúcido, nas palavras de Paulo em 2 coríntios capitulo 4 e versículo 16:

"Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia".

E finalmente, em síntese e de uma vez por todas..... a minha visão é essa:

Tento Amar e servir a Deus, não pelo que ele pode-me dar (porque eu sei que ele pode dar), inclusive abro meu coração e digo honestamente; não peço bênçãos materiais, acho muito superficial a oração como mero mecanismo "pra arrancar coisas" de Deus, Vejo essencialmente a oração, como um meio de comunhão com Deus.

O amo e sirvo, porque Ele me amou primeiro. Confesso que estou constrangido e motivado pelo Espírito Santo, á servi-lo por causa do seu grande e incomensurável amor.

A cruz de Cristo me leva a ficar de joelhos diante Dele.

Não há nada mais valioso nas mãos de Deus, do que os pregos da crucificação.

Recebi do Senhor três (3) preciosas bênçãos, (que me move a servi-lo eternamente, mesmo que não receba mais, nem se quer uma benção) São elas:

1- A vida de Cristo, sua morte na cruz por minha causa.

2- O Espírito Santo, através e pelo qual tenho intimidade com Deus.

3- E como conseqüência e por ultimo a salvação. (segue as outras duas).

O céu só é desejado porque Deus estar lá, porque, se não......se estivesse no inferno, o inferno seria paraíso.

Concluo esse resumo (porque tinha muito mais ponderações a escrever, mas o espaço não suportá-lo-ia) com uma frase de dois pensadores cristãos.

Primeiro á de A.W. Toser: "Precisamos buscar à Deus por ele mesmo".(explico: "buscar á Deus por ele mesmo", não é buscar como a maioria tem feito, buscam á Deus como um meio, para se alcançar um fim. Como se Deus fosse uma espécie de trampolim, que as pessoas usam para subir na vida, ou como um poder, para se alcançar um fim(emprego,casa,carro). "Buscar á Deus por ele mesmo", significa buscar pela sua maravilhosa presença. E buscar a Deus como meio, para alcançar um fim, que é o próprio Deus. Simplificando, buscar á sua companhia,presença,intimidade.

Segundo, á de John Piper: "O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus AO gozá-lo plena e eternamente" (explico: Deus é mais glorificado em nós, quando estamos totalmente satisfeitos nele. Quando os dons(dádivas, bênçãos) de Deus, passam ser mais desejados e buscados do que o doador, isso é idolatria. Tudo que colocarmos acima de Deus, isso passa a ser o nosso "deus". Isso tem sido a grande distorção da mentalidade cristã do nosso tempo. Muitos buscam avivamento, mas não o avivador.

Buscam dons, mas não o doador. Bênçãos, mas não o abençoador. A cura, mas não o curador. Ou seja, buscam as "mãos" de Deus, (aquilo que Deus pode dar) mas muito pouco a "face" de Deus.(comunhão,intimidade)

Resumindo, amo á Deus e quero estar com ele onde estiver, por toda eternidade.

Salmo de Davi que tinha "tudo" que um homem materialista podia sonhar em ter, e mesmo assim disse:

"A minha alma disse ao Senhor: Tu és o meu Senhor, não tenho outro bem além de ti,"(sal cap.16 v 2)

Salmo de Asafe: "Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti."(sal cap.73 v 25)

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

marcio